A única certeza

E foi o vento que trouxe o amor da minha vida. É curioso as feições que as pessoas fazem sempre que começo a transmitir essa memória, possivelmente uns até acreditam que esse diálogo de ventania seja uma metáfora, porém aconteceu efetivamente dessa maneira a minha história com ela.

Conforme o habitual, andava sem direção pelas ruas, na confiança de situar-me em algum espaço, provavelmente com o aspecto um pouco descuidado. Mas a questão é que eu era apenas um jovem desviado, vivendo na minha esfera particular, encurralado por interrogações e instabilidades, dificultando que as demais pessoas adentrassem a minha área restrita. Porém tudo isso transformou no momento em que ele atuou.

Recordo que os tons rosados do céu estavam extraordinários e o sopro das águas me fazia experimentar algo singular. Seguindo minha maneira peculiar. Meus olhos estavam fechados, quando cobicei que o tempo cessasse e o excelente sentimento durasse, contudo o que resultou foi ainda mais satisfatório. O toque de um tecido suave ao meu corpo me fez despertar e na ocasião em que meu olhar deparou aquela face angelical, tudo alterou-se.

Ela vinha aproximando-se com o aspecto um bocado tímido, a propósito, este é um dos traços que eu mais amo, percebe? Quando eu estiquei a mão para lhe devolver a toalha que escapuliu, ela correspondeu com um sorriso um pouco sem. E neste momento, eu consegui enxergar um pouco de quem ela era.

Assim como eu, era uma moça perdida, que encarava desacompanhada os seus dilemas particulares. Seus olhos castanhos um pouco pesados, em companhia com as olheiras, não contradiziam. Aquela garota vinha disputando uma luta interior e foi nem mais nem menos esse caos que me fez apaixonar por ela. Por conseguinte, meu caro companheiro, eu gratifico ao vento por ter bancado o cupido, uma vez que as confusões que encurralavam os meus pensamentos foram alteradas para uma única certeza: a de que ela é sem hesitações, a dama que eu necessito manter ao meu lado eternamente. Será que ela aceitará o pedido?

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